Resenha

A bibliotecária de Auschwitz

Autora: Antonio G. Iturbe

Páginas: 368
Ano de lançamento:2014

Editora Harper Collins

[SINOPSE] Um emocionante romance baseado na história verídica de uma jovem checa, a bibliotecária do Bloco 31, de Auschitwz – Dita Dorachova - com quem o autor teve oportunidade de falar e que resgata do esquecimento uma das mais comoventes histórias de heroísmo cultural. 

Auschwitz-Birkenau, o campo do horror, infernal, o mais mortífero e implacável.
O Bloco 31 tinha 500 crianças, e neste lugar onde os livros eram proibidos, a jovem Dita escondia todas as noites os frágeis oito volumes da biblioteca mais pequena, recôndita e clandestina que jamais existiu. 

No meio do horror, Dita dá-nos uma maravilhosa lição de coragem: não se rende e nunca perde a vontade de viver nem de ler porque, mesmo naquele terrível campo de extermínio nazi, «abrir um livro é como entrar para um comboio que nos leva de férias. 

Um livro diferente de tudo o que já leu sobre o Holocausto e de que poucos têm conhecimento. Pela primeira vez ficamos a saber da existência de livros num campo de extermínio. 

Minuciosamente documentado, e tendo como base o testemunho de Dita Dorachova, a jovem bibliotecária checa do Bloco 31, este livro conta a história inacreditável, mas verídica, de uma jovem de 14 anos que arriscou a vida para manter viva a magia dos livro, ao esconder dos nazis durante anos a sua pequena biblioteca, de apenas oito volumes, no campo de extermínio de Auschwitz. 

Este livro é uma homenagem a Dita, com quem o autor tanto aprendeu, e à memória e valentia de Fredy Hirsh, o infatigável instrutor judeu do Bloco 31 que criou em segredo uma pequena escola e uma ainda mais minúscula biblioteca, apenas com oito livros.

[COMENTÁRIOS]"O que a literatura faz é o mesmo que acender um fosforo no campo no meio da noite. Um fósforo não ilumina quase nada, mas nos permite ver quanta escuridão existe ao redor." William Faulkner, citado por Javier Marías 

  Dita é uma jovem judia que vê sua vida sendo transformada em decorrência da greve. Ela e seus pais são obrigados a sair de sua casa e se mudarem para para o campo de Terezin, uma cidade cercada na atual Republica Tcheca, onde os judeu foram agrupados. Lá ela conhece o jovem Fredy Hirsch, um jovem que perdeu o pai muito jovem e desde então dedica toda a sua vida aos jovens. Incentivando os a praticar esportes e a nunca perder a esperança.

"... A morte se tornou uma indústria que só é rentável se trabalharem por atacado." pág.11

Eles se reencontram no campo de concentração Auschwitz-Birkenau, na Polônia. Ali havia um campo familiar onde , diferente dos outros campos de concentração , você poderia encontrar crianças e idosos. Esse campo era conhecido como Bloco 31, onde o responsável era Fredy Hirsch, ele servia para manter as crianças entretidas com jogos e brincadeiras, porém era proibido o ensino de qualquer conteúdo escolar e livro.

Como Hirsch concheia o amor de Dita pelos livros, ele a convida para ser a bibliotecária do Bloco 31, apesar do perigo que a mesma correria ela aceita a missão dada por Hirsch. Sua biblioteca é composta por 8 livros, sendo 1 em russo e outro em francês, os mesmosficavam escondidos em baixo de tabuas soltas no quarto de hirsch, o único morador do bloco.

Após uma inspeção surpresa e quase ter sido pega com os livros , Dita vai atras de outros meios de proteger os seus amados e valiosos livros. 

O tempo vai passando, e podemos ver todas as dificuldades, crueldades, e dilemas de uma jovem de 14 anos no campo de concentração . Até que completa 6 meses da chegada de um grupo a Auschutiz ,e os mesmos são enviados para a quarentena e nunca mais voltam de lá.

"Viver é um verbo que só se conjuga no presente." pág.22

Dita e sua mãe Liesl, são transferida para o campo de concentração  Bergen-Belsen, na Alemanha. O mesmo onde Anne Frank e sua irma Margot morreram.Ao contrário de Auschutiz onde muitos morriam de exaustão em decorrência dos trabalhos forçados. Lá elas e foram jogadas a propria sorte, recebendo comida um vez por dia, isso quando recebiam. Não tinham acesso a água e o local era infestado de piolhos, pulgas... Lá ela reencontra sua grande amiga Margit Banai, que não via desde que foi transferida .

"Uma criança? Nada disso senhora!. Para ser criança, é preciso ter uma infância." pág.50

Com o passar dos dias,sem seus amados livros e sem qualquer esperança de retornar para sua antiga vida,Dita desiste de continuar se esforçando para viver,e é justamente neste momento que os soldados ingleses os libertam.

De acordo com o próprio autor “esta narração foi construída com materiais reais, que se uniram nas páginas com uma argamassa de ficção”.

"Zombar dos outros é uma maneira de pôr um esparadrapo nos próprios medos. " pág. 151

Esperança, amor,perseverança, crueldade, sofrimento..... isso tudo você encontra neste lindo livro. A bibliotecaria de Auschwtiz é mais um livro que retrata os horrores da segunda guerra, só que dessa fez trazendo um novo fato, uma biblioteca escondida em um dos maiores campos de concentração da historia. 

A historia é narrado por Dita, e podemos acompanhar sua vida em Auschwitz, como foi sua chegada, sua amizade cm Margit, a relação com os pais. Também conhecemos Fredy Hirch o responsável pelo bloco 31 .Como também o doutor Josef ,o Anjo da Morte, que foi responsável por muitos experimentos tenebrosos nos campos de concentração, tendo obsessão por irmãos gêmeos. 

Vemos que nessas situações as pessoas são capazes de qualquer coisa para sobreviver , até mesmo trair seus  companheiros de cativeiro.E em meio das mortes, escassez de comida, vemos algumas tentativas de fugas umas bem sucedidas e outras nem tato. Vemos também que nem todos soldados eram tão maus quanto parecia.

Adorei que o autor nos mostra o que aconteceu com Dita e sua família apos a guerra, como ele realizou a pesquisa , e também o anexo no qual o autor conta o que aconteceu com os alguns personagens verídicos  dessa historia.

Um livro emocionante e chocante. Confesso que fiquei realmente comovida com algumas mortes e muitas vezes parava para pensar em como o ser humano alguma dia foi capaz de concorda com uma atrocidade dessas. Consegui tirar duas lições com esse livro, que o ser humano pode ser incrivelmente ruim com seu semelhante, pensando que esta fazendo o bem para ele. Segundo é que também há muitos seres humanos igualmente bons, que nunca perdem a esperança e fazem de tudo para proteger ao próximo. 

Super recomendo este livro !!! 

Bjs, Ana <3

NOTA: 🌟🌟🌟🌟🌟 (5/5)
O livro é Perfeito.